CRESCER SEM PERDER O
SENSO DE HUMANIZAÇÃO
No fantástico livro “Cem Anos de
Solidão”, de Gabriel Garcia Marques, que lhe conferiu o prêmio Nobel de
literatura existe um personagem interessante. Ele cunha uma moeda do dinheiro
do seu país imaginário e a transforma em uma medalhinha e a vende pelo próprio valor
da moeda. Com a moeda que recebe, cunha outra medalha e a vende pelo mesmo valor
e passa a vida fazendo isso.
Tal personagem me remete à
parábola dos talentos que chama a atenção para a necessidade do ser humano
produzir valor através dos talentos que têm. Mas, até onde eu consigo entender,
o talento ao qual a linguagem metafórica se refere é o do ser, e não o do ter.
Em outras palavras, deveríamos dedicar algum tempo e algum pensamento aos
valores mais profundos da nossa própria existência.
Os moradores de uma cidade que
cresce de modo alucinado como Sorocaba, são sugados por uma estilo de vida também
alucinado. Quase todas as nossas preocupações são direcionadas para as
dificuldades e para as possibilidades das conquistas dos recursos materiais
relacionados com o nosso conforto e dos que dependem de nós. Se prestarmos
atenção nos nossos pensamentos e nas conversas com os amigos confirmaremos
isso.
Dessa forma, ficamos distanciados
dos valores mais profundos que possam direcionar os nossos comportamentos para
o senso comum, o que seria determinante para a promoção do desenvolvimento
sustentado, onde cada cidadão se responsabiliza por cuidar do bem estar dos
outros, além do seu próprio. Correr simplesmente para ter seria equivalente ao personagem de Garcia Marques, que não cria
valor real.
No entanto, existem antídotos
poderosos, e o que estamos vendo acontecer em nos deixa muito feliz. Esse
antídoto é o aculturamento comportamental e desde que iniciamos nossos
trabalhos com os cursos de formação em Programação Neurolinguística sempre fomos
surpreendidos pelo crescente interesse dos nossos alunos da cidade e região. As
turmas lotam e a participação é sempre ativa.
Eu digo que esse movimento é
revolucionário em função de elevar o nível de atenção das pessoas com o que
realmente é importante para a qualidade de vida, que passa pela forma com a
qual o indivíduo encara os problemas e desafios e como ele pode agir de modo
construtivo e transformador, ao invés de se vitimar ou permanecer na
passividade. Em minha opinião esse é o maior legado da PNL, além de permitir
que as pessoas elevem sua saúde psicológica e física através das ferramentas
que impactam o nosso inconsciente.
Confesso que ver as nossas turmas
lotadas e presenciar a transformação das pessoas ao terem contato com os
conhecimentos comportamentais mais profundos me surpreende sempre. É impagável
estar perto de tais transformações. A pessoa, a família, o ciclo de amizades e
a comunidade como um todo são afetados pelos novos comportamentos e isso
provoca um movimento social aparentemente silencioso, porém poderoso.
Eu que na juventude fui militante
político de esquerda concluo hoje que a ideologia é inócua, pois ela é do
indivíduo e só faz sentido se estiver em sintonia com os valores predominantes
de um povo. Se os valores são individualistas, não existe espaço para a
ideologia. Muito melhor então as ações que levam as pessoas a questionarem sua
estrutura de valores e crenças e através disso, passarem a se perceber como
agentes de mudança e evolução.
Esse é o grande efeito da
Neurolinguística porque ela tem o poder de impedir que nos tornemos parecidos
com o cunhador de moedas de Garcia Marques e passemos a interferir de modo
positivo e significativo para a evolução do ser humano. A nossa cidade está de
parabéns pelo fato de participar com tanto vigor desse movimento.
Maurício Magagna.
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